quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Técnicas de reprodução assistida aumentam riscos de anomalias genéticas

As técnicas de reprodução assistida aumentam os riscos de anomalias genéticas nos bebés, segundo revelam pesquisas publicadas na edição de janeiro do Journal of Medical Genetics. Os cientistas estudaram os casos de 149 bebés afectados pela Síndrome de Wiedemann-Beckwith (SWB), um transtorno do crescimento excessivo que conduz ao aparecimento de tumores e cuja frequência é da ordem de 1/13.700 nascimentos. Os bebés que sofrem desta síndrome têm um tamanho fora do comum, defeitos no encerramento da parede abdominal, tendência à hiploglicemia, anomalias nos rins e maiores riscos de desenvolver tumores - dez por cento das crianças com esta síndrome desenvolvem tumores na infância, principalmente nos rins. De acordo com os investigadores, o número de crianças que apresenta esta síndrome é quatro vezes maior em bebés concebidos com ajuda de técnicas de reprodução assistida, como a fecundação in vitro (FIV) ou a injecção intracitoplasmática de esperma (ICSI), que consiste em injectar directamente um espermatozóide no óvulo. Seis dos 146 bebés (4%) com esta síndrome que fizeram parte da pesquisa foram concebidos com a ajuda destas técnicas médicas, três com FIV e três com ISCI, números que corresponderão a aproximadamente 1% da população mundial, segundo um estudo realizado pela equipa do professor Eamon Maher e Louise Brueton, de Birmingham, Inglaterra. Mais de 43 mil bebés nasceram na Grã-Bretanha entre 1995 e 2000 graças a técnicas de reprodução assistida FIV e ISCI. Os autores desta investigação afirmam que recentemente se deram também conta de uma "possível associação" entre uma dessas técnicas, a ISCI, com casos de síndroma de Angelman, que afecta o desenvolvimento neurológico, ligados a uma anomalia genética ao nível do cromossoma 15. "À medida que estas técnicas de reprodução se tornam mais comuns, torna-se igualmente cada vez mais importante o acompanhamento das crianças concebidas de acordo com estas técnicas para identificar possíveis problemas genéticos", destacam aqueles especialistas.

Fonte: http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=2311

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